Punk rock, álcool, sexo,
distúrbios, ruído, hardcore, depravação, diversão, drogas, Turbonegro, Dwarves,
Mötorhead, destruição, insultos, sangue, suor, saliva, poder...rock n´roll! Este
é o caminho escolhido pelos uruguaios do MOTOSIERRA para sobreviver à insípida
realidade de seu país e a falta de criatividade musical do mesmo.
A banda tem apenas 04 anos, mas
seus integrantes não “caíram de pára-quedas” no mundo do rock.. Com idades entre
26 e 34 anos, esses rapazes (?) fizeram parte de bandas legendárias do Uruguai
como Cadáveres Ilustres, Tabaré Riverock Banda, Cross e Chicos
Eléctricos.
E como já dito anteriormente, a
cena musical independente uruguaia é praticamente inexistente, sendo assim
restou à banda buscar alento no mercado exterior. Seu primeiro contato foi com o
país vizinho de mesmo idioma, a Argentina, através do selo No Fun Records. Com
bandas como Restos Fosiles, Killer Dolls e She Devils em seu cast, o selo foi
responsável pela excelente divulgação dos uruguaios nas cercanias de Buenos
Aires, ocasionando assim em dezenas de shows na capital Argentina, inclusive com
os internacionalmente famosos 2
Minutos.
E foi por um acaso do destino que
a Motosierra conseguiu um de seus maiores êxitos. Visitando páginas na internet,
“descobriram” que o selo alemão Bitzcore Records estava aceitando material
(covers) de qualquer banda do globo terrestre para um futuro álbum tributo à
banda Turbonegro, onde bandas do porte de Dwarves, Zeke, Supersuckers, Teraphy?,
Nashville Pussy entre outras já haviam confirmado participação. Os uruguaios não
perderam tempo e trataram de entrar em estúdio para gravar “Hobbit
Motherfucker”, que inacreditavelmente entrou para o tributo, intitulado “Alpha
Motherfuckers”.
Foi nessa mesma época que o
proprietário do selo argentino, ao ouvir a versão da música do Turbonegro,
propôs à banda que gravassem um disco. Então entre março e maio de 2001 foi
criado “XXX”, que trás toda a
violência da banda em treze músicas que avançam sem piedade ao longo de vinte e
dois gloriosos minutos num processo de violação rock n’roll e abusos sonoros
indescritíveis, onde algumas canções chegam a durar apenas 40 segundos. “XXX” atingiu a impressionante marca de
40 cópias vendidas no Uruguai. Isso mesmo, QUARENTA cópias!
Mas o negócio mesmo era a
Argentina. O show de lançamento foi lá, os discos eram para o público daquele
país. Tanto que o restante das cópias ficaram por lá, a cargo do selo No Fun
Records.
De volta à Montevideo, começaram a
gravar seu primeiro vídeo clipe para a música ”F.U.C.K.”, baseando-se na banda
Black Sabbath e no filme The Texas Chainsaw Massacre (O Massacre da Motosierra),
nada mais sugestivo.
Seguindo o curso dos
acontecimentos, o selo sueco H.D.P. convida à banda a participar de uma
coletânea chamada "A Collection of Great Dance Tunes" com quatro músicas
inéditas. Está compilação foi lançada em CD e em vinil e as músicas do
Motosierra são: “Hell drunkards & Pretty tattoed hookers”, “Feed my
head” e uma versão para a música
“Lost poison” da banda argentina
Cadáveres.
Quando parecia que tudo poderia
ter acontecido para a banda, eis que o selo alemão Incognito Records propõe que
façam parte de seu cast através de um 7”, além de reeditarem seu primeiro álbum
“XXX” em vinil com nova arte e mais duas músicas
bônus.
E foi no Brasil que o selo Läjä Records presenteou os aficionados tupiniquins por rock n’roll garageiro com um CD split dos uruguaios ao lado da banda curitibana Evil Idols. Os chicanos do MOTOSIERRA chegam assustando neste lançamento, "rock pauleira" como diria sua avó caduca. Guitarras pesadas aliadas a vocais distorcidos e muita velocidade! Veja no que eles transformaram a clássica "Drunk Fools" do Evil Idols, mas não cochile senão a musica acaba e você nem percebeu. "Space Cowboy", "Leatherface" e "Suck my Dick", se você já conhece o "XXX", CD debut da banda, essas musicas são tudo que você está esperando. Como se não bastasse, "Nervous Breakdown" (ah, precisa falar que é do Black Flag?) e o encerramento, porque não dizendo assim, "com chave de merda", do saudoso GG ALLIN com "Bite it you Scum". Rock’n’roll até a alma, com um sanguinho latino no meio.
Valéria Mendes.
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